sábado, 2 de julho de 2011

TÉCNICAS DO BAIXO

Tapping

O tapping é a técnica no qual as notas são extraídas de um instrumento de cordas de forma parecida ao de um piano, batendo nas cordas com as pontas dos dedos nas notas que se deseja executar. Quando são utilizadas ambas as mãos recebe o nome de two-hands tapping, sendo na guitarra popularizada por Eddie Van Halen.

Slap

O slap é a técnica tem sua criação atribuída a Larry Graham, que se não foi o inventor, seguramente foi quem primeiro a popularizou. Chamado por Graham de "thumb and pluck", consiste em percutir e puxar as cordas usando o polegar e os outros quatro dedos da mãodireita (ou esquerda, para canhotos) obtendo uma sonoridade estalada e metálica, sendo uma das mais complexas técnicas de execução no contrabaixo elétrico.[9]

[editar]Pizzicato

O pizzicato ("beliscado", em italiano) é a técnica em que se dedilha, com a alternância de dois, três ou quatro dedos, as cordas. Vem sendo utilizada há alguns séculos no jazz e na música erudita, mas de uma maneira diferente: enquanto nas orquestras o pizzicato é apenas um "beliscão" na corda, normalmente feito com um só dedo, e no jazz utiliza-se uma pegada diferente, colocando-se o dedo quase que paralelo a corda e com isso gerando um som mais "encorpado".
Em 1911, Bill Johnson, que tocava contrabaixo (com arco) na Original Creole Jazz Band, teve o arco quebrado. Não tendo outro à mão, Bill tratou de tocar dedilhando as cordas com os dedos da mão direita. O resultado agradou tanto que desde então usa-se muito pouco o arco para tocar esse instrumento no jazz. O método mais comum de execução desta técnica é usando os dedos indicador e médio para atacar as cordas, podendo-se utilizar também o anelar (muito usado em músicas rápidas, como o heavy metal) e o dedo mínimo. Alguns poucos contra-baixistas usam o polegar para cima e para baixo, como uma palheta.

[editar]Palheta

Principalmente no hard rock e no punk rock, é comum os baixistas tocarem o baixo com palheta, fazendo com que o som fique mais estalado e agudo, e por vezes mais potente. Normalmente, usa-se uma palheta mais grossa do que na guitarra (de 2 a 3 milímetros).

[editar]Fretless

[editar]Características

Fretless ("sem traste") é o nome na língua inglesa para o contrabaixo sem os trastes, estes "ferrinhos" que dividem o braço do instrumento em semitons. Contrabaixo sem traste é comum tanto entre os contrabaixos clássicos (que fazem parte da seção dos instrumentos de cordas em uma orquestra), como pode também ser encontrado entre os baixos elétricos (os modelos desta matéria), e também como na versão dos contrabaixos de orquestra que são eletrificados (com sua grande caixa acústica eletrificada com captador).

Um baixo fretless e suas cordas; note as marcações ao lado do braço para auxiliar o músico a encontrar o tom da nota corretamente.

[editar]Técnica

A técnica para fretless é bem diferente do contrabaixo acústico e muito semelhante ao baixo, tocando-se com dois, três ou quatro dedos da mão direita.
Seu som produz um sustain longo e pronunciado e tem um timbre parecido com o do acústico. Para estilos musicais mais vintage ou folk, costuma-se utilizar cordas flatwound e para funk e ritmos mais modernos a partir dos anos 80, cordas roundwound, onde pode se aplicar também o slap em lugar do pizzicato.
Por se tratar de um instrumento não temperado, sem trastes para definir a altura das notas na escala, a técnica consiste em treinar o ouvido pra que as notas saiam afinadas, e aumentar a precisão dos dedos da mão esquerda para que o som saia mais limpo, além de se manter umvibrato eficiente que prolongue o som da nota.

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AS FUNÇÕES E DESCRIÇÕES DO BAIXO ELÉTRICO

Baixo elétrico, chamado também de contrabaixo elétrico, viola baixo ou simplesmente baixo é uminstrumento de cordas semelhante a uma guitarra elétrica,[1][2][3] maior em tamanho e com um som maisgrave. A evolução do contrabaixo acústico, é utilizado por diversos gêneros musicais modernos.
O baixo elétrico tradicional e popular que a maioria das bandas de rock usam é muito similar a umaguitarra elétrica, mas com o corpo maior, um braço mais longo e uma escala mais extensa. Em geral, os baixos elétricos mais comuns possuem quatro cordas, e estas são afinadas, tradicionalmente, da mesma maneira que os contrabaixos de orquestra, sendo as mesmas notas que as quatro cordas finais de umaguitarra (i.e. Mi, , , e Sol), mas cada uma destas cordas são afinadas uma oitava mais graves, emtom, do que a guitarra. [4][5] A fins de evitar o uso excessivo de linhas suplementares inferior na pauta dapartitura, a notação musical do baixo/contrabaixo é feita na clave de baixo (em Fá) e a anotação, em si, das notas musicais deve ser feita em transposição de uma oitava acima, relativamente ao som que o baixo deve emitir. Isto é, o som do baixo quando lendo de uma partitura para baixo, vai soar uma oitava mais grave do que as notas escritas na pauta. similarmente a uma guitarra, para se tocar o baixo elétrico com seu potencial sonoro total, este é conectado a um amplificador específico para contrabaixos; isto é essencial para as apresentações ao vivo, uma vez que o som do baixo elétrico sem amplificação é demasiadamente baixo por via dele ter um corpo sólido.
 

Características e história

Nos anos 50, o grande problema dos contrabaixistas da época era o transporte de seu instrumento, delicado (por ser feito de madeira) e extremamente pesado, até que no ano de 1951 um técnico em eletronica de 42 anos chamado Leo Fender criou o baixo elétrico.[6] O instrumento, batizado de Precision, ficou rapidamente conhecido como Fender Bass. Seu modelo era mais dinâmico e diferente do que o modelo do contrabaixo classico.
O primeiro baixista a se apresentar com o Precision foi William "Monk" Montgomery (irmão mais velho do guitarrista virtuose Wes Montgomery) em turnês ao vivo com a banda de jazz de Lionel Hampton.[7] Bill Black, que tocava baixo na banda de Elvis Presley, adotou o Fender Precision em 1957.[8]
Como na guitarra elétrica, as vibrações nas cordas causam um sinal elétrico a ser criado nos captadores, que são amplificados e reproduzidos por meio de um amplificador. Vários componentes elétricos e configurações do amplificador podem ser usadas para alterar otimbre do instrumento.

Design


Um baixo Steinberger sem cabeça do início dadécada de 1980.
O baixista atual tem um amplo campo de escolha para seu instrumento, como por exemplo:
  • Número de cordas (e afinação):
    • Como o modelo original de Leo Fender, que tinha 4 cordas afinadas em EADG.
    • Cinco cordas geralmente BEADG, podendo em alguns casos ser EADGC)
    • Seis cordas geralmente BEADGC.
    • Alcance estendido envolvendo cordas semelhantes as de uma guitarra e cordas de maior espessura para reproduzir sons mais graves
    • Baixo Piccolo -EADG(uma oitava acima da afinação normal)
  • Captadores:
    • Os antigos baixos tinham apenas um captador magnético simples. Atualmente pode-se encontrar:
      • Captação ativa ou passiva (circuitos ativos usam uma bateria para aumentar o sinal)
      • Mais de um captador, dando uma variação de tons maior
      • Captadores em posições diferentes, como mais perto da ponte ou do braço do instrumento
      • Sistemas não magnéticos, como piezos ou sistemas Lightwave, que permitem ao baixista usar cordas não metálicas
  • Formato e cor do instrumento:
    • Existem diversas opções de cor, desde a cor da própria madeira do instrumento a efeitos visuais muito interessantes
    • Diferentes formatos de corpo (que afetam a maneira de tocar)
    • Com ou sem mão (nos modelos sem mão, a afinação é feita na ponte)
  • Trastes:



sexta-feira, 1 de julho de 2011

A origem da viola da gamba

 A viola da gamba, ou violone, é qualquer um dos instrumentos de corda com trastedesenvolvido no século XV, e usado principalmente na Renascença e no Barroco. A família se relaciona e descende da vihuela, um instrumento de cordas pinçadas, semelhante aoviolão. Alguma influência no seu desenvolvimento, nem que seja apenas na maneira de tocar, se deve ao rabab mourisco

História


Xilogravura do século XVI de um modelo antigo de viola da gamba de seis cordas, confirmando e refletindo que a origem desse instrumento foi avihuela.
Os Vihuelistas começaram a tocar com o arco seu instrumento plano na segunda metade do século XV. Em duas ou três décadas este evoluiu para um instrumento de cordas totalmente novo, tocado com o arco que retinha muito das características originais da vihuela, de cordas pinçadas: uma parte traseira plana, cintura com concavidade acentuada, trastes, laterais finas e uma entonação idêntica – tanto que em castelhano é chamada de vihuela de arco.
Devido a seu tamanho, comparativamente grande, este novo instrumento era segurado em pé, encostado no colo ou entre as pernas, semelhante à postura para tocar o violoncelo. Este costume originou o nome em italiano do instrumento viola da gamba, significando "viola de perna", o que também ajudou a diferenciá-lo de outro instrumento visualmente semelhante somente mais antigo e distantemente aparentado, da família doviolino, que os italianos chamavam de viola da braccio (significando, literalmente, "viola de braço")

[editar]Construção


Detalhe de um afresco italiano, c.1560, pintado por Lattanzio Gambara, mostrando uma viola da gamba na forma de um violão e alguns dos costumes agradáveis da época. A cena completa do Concerto inclui: um alaúde, uma viola da gamba baixo, um virginal e uma flauta.
As violas da gamba têm o fundo plano e a frente entalhada, contrastando com os membros da família do violino que possuem tanto a frente como o fundo entalhados, com um ressalto de madeira no fundo onde o pescoço se liga ao corpo. A construção tradicional utiliza cola animal e as juntas internas são comumente reforçadas com pele de carneiro embebida em cola quente de animal.
O pescoço do instrumento era freqüentemente decorado com cabeços entalhados como uma alternativa ao famoso rolo espiralado onde estão as cravelhas.
Comumente, as violas da gamba têm seis cordas, embora a maioria dos instrumentos do século XVI tenham cinco ou quatro cordas. Eram, e ainda são, encordoadas com baixa tensão, usando-se cordas fabricadas de tripa de animais, diferente das cordas de aço utilizada pelos membros da moderna família do violino. Cordas feitas de tripa produzem uma sonoridade bem diferente das cordas de aço, que geralmente é descrita como sendo uma sonoridade mais suave e mais doce. Por volta de 1660, cordas de cobre com alma de seda e de tripa começaram a se tornar disponíveis e então, passaram a ser utilizadas para produzir as tonalidades mais graves das violas da gamba e de muitos outros instrumentos de corda.
Os trastos da viola da gamba são colocados de maneira similar aos do violão e da guitarra, antigos, isto é, por meio de trastos móveis, enrolados e amarrados. Uma sétima corda baixa foi supostamente acrescentada na França à viola da gamba baixo, por Monsieur de Sainte-Colombe (c. 1640-c. 1690), que contava entre seus estudantes o virtuose e compositor Marin Marais. A Pintura "Santa Cecília com um Angel" (1618), de Domenichino (1581-1641) mostra o que pode ter sido a sétima corda da viola da gamba.
Diferente dos membros da família do violino, que são afinados em quintas, as violas da gamba, usualmente, são afinadas em quartas, com uma terça maior no meio , copiando a afinação, no século XVI, da vihuela de mano e do alaúde e semelhante ao violão de seis cordas, moderno.
As violas foram construídas de modo bem semelhante às vihuelas de mano, a partir de tábuas planas trabalhadas na curvatura desejada. Entretanto, algumas violas da gamba, tanto as mais antigas como as mais modernas, têm a cabeça entalhada, semelhante àquelas mais identificadas com os instrumentos da família do violino.
As ilhargas (laterais), das antigas violas da gamba eram bastante rasas, refletindo mais de perto a construção de sua contraparte pinçada a vihuela. Durante o século XVI deu-se um aumento na largura das ilhargas até elas adquirirem o tamanho acentuado do padrão clássico do século XVII.
As antigas vihuelas e violas da gamba, tanto as tangidas como as pinçadas, eram acentuadamente cortadas na sua parte mediana (cintura), tendo um perfil similar ao do moderno violino. Este é fator chave e um aspecto novo, que apareceu primeiro em meados do século XV, e que a partir daí foi utilizado em diferentes tipos de instrumentos de corda. Este também é um aspecto fundamental para se ver e entender a conexão entre as versões pinçada e tangida das antigas vihuelas
As primeiras violas da gamba tinham cavaletes planos, colados igual ao seu equivalente pinçado, as vihuelas. Pouco depois, a viola da gamba adotou um cavalete, mais largo, mais alto e mais arcado, que facilitava tanger individualmente as cordas. Também tinham as extremidades de seu traste niveladas com o casco, alinhadas com ou se apoiando sobre o topo ou a caixa acústica. Assim que as extremidades do traste foram elevadas acima do topo da tampa do instrumento, toda a parte de cima pode vibrar livremente.
Repetindo, mais uma vez, o projeto de sua irmã pinçada, a vihuela, as antigas violas da gamba não possuíam almas de madeira entre o tampo e o fundo (en:Sound post). Esta redução no amortecimento significava mais um recurso para que o instrumento vibrasse mais livremente, contribuindo para o seu som característico. Além do mais, a ausência das almas resultou num instrumento com voz mais tranqüila e mais suave.

Detalhe de uma pintura de Jan Verkolje, c.1674, Casal Elegante (Um Interlúdio Musical). O tema se assemelha ao gênero clássico: Lição de Música e mostra uma viola da gamba baixo, uma espineta e uma cítara (na mão da mulher, fora do detalhe mostrado). Ver a imagem completa). Esta imagem ilustra o tipo amador, doméstico de executantes da viola da gamba.
É crença comum que as aberturas em forma de C (um tipo e forma de abertura sonora aberta na face superior dos instrumentos de corda) são um aspecto específico das violas da gamba que as distingue dos instrumentos da família do violino, os quais, por sua vez, têm aberturas em forma de F. Esta generalização, entretanto, não mostra o quadro completo.
As antigas violas da gamba tinham, ou uma passagem sonora grande, arredondada (ou mesmo rosetas circulares) como as encontradas em alaúdes e vihuelas, ou tinham algum tipo de furos em forma de C. Às vezes o instrumento tinha tantas quanto quatro pequenas aberturas em forma de C, colocadas nos quatro cantos da tampa mas, o mais comum, é ter apenas duas aberturas, colocadas nos cantos superiores, no centro ou nos cantos inferiores da tampa. Nos primeiros anos de formação do instrumento, essas aberturas em forma de C eram colocadas de frente uma para a outra ou voltadas para dentro.
Entretanto, além das passagens em forma de C, e tão cedo quanto o primeiro quarto do século XVI, alguns construtores adotaram o uso de passagens em forma de S, também voltados para dentro. Por volta de meados do século XV, as aberturas em forma de S assumiram a forma de F que eram indiscriminadamente usadas pelas violas da gamba e pelos instrumentos membros da família do violino. Perto do fim do século XVI, as aberturas em forma de C passaram a ser voltadas para fora. Esta configuração se tornou então o que hoje é chamado o padrão clássico do século XVII.
Outro estilo de abertura sonora encontrado em alguns modelos de violas da gamba são arabescos na forma de chama colocados à direita e à esquerda.
As passagens sonoras redondas, ovais ou em forma de roseta usadas no alaúde e na vihuela se tornaram padrão na Áustria e na Alemanha e foi mantido até o fim.
Este aspecto, ou "identificador genético" é específico do instrumento, nos lembrando suas raízes mais antigas, as quais remontam à vihuela pinçada.
Geralmente os historiadores, os construtores e os intérpretes distinguem entre as violas da gamba da Renascença e do Barroco. A última é de uma construção mais pesada e dispõe de barra harmônica e alma de madeira como os instrumentos de cordas modernos.

[editar]Arcos da viola da gamba

O arco é segurado sob a mão (palma voltada para cima), semelhante ao modo alemão de segurar o arco do contrabaixo, mas distante do "talão", em direção ao ponto de equilíbrio. A haste geralmente é convexa, com, na época, o eram os arcos do violino, e não côncava, como os atuais. O "talão", que segura a crina e ajusta sua tensão, também difere dos utilizados nos arcos modernos: enquanto que o talão do violino tem uma peça corrediça, normalmente feita de madrepérola para segurar a crina, os arcos da viola da gamba têm um talão aberto, que confere à corda maior liberdade de movimento. Esta configuração é essencial para possibilitar a técnica tradicional de execução, na qual o intérprete controla a tensão na corda com um ou dois dedos da mão direita colocados entre a haste e a corda do arco para controlar durante a execução a articulação e a inflexão.

Violone. Pintura de Sir Peter Lely, c.1640, pintor barroco inglês de origem holandesa. Observe o estilo italiano do instrumento, ombreiras quadradas e passagens de ar em forma de F, além de seu tamanho.

Ilustração do Livro de Christopher Simpson, The Division Violist, Inglaterra, edição de 1659-1667.

[editar]Versões

A gamba, como, por conveniência, o nome do instrumento é abreviado, possui seis modelos de tamanhos diferentes:
  • pardessus viole (que é relativamente raro);
  • soprano;
  • contralto;
  • tenor;
  • baixo; e
  • violone.
A gamba soprano é quase do tamanho de um violino,mas com as costelas mais largas; a gamba-baixo é ligeiramente menor do que o violoncelo. Os inglêses fabricaram baixos menores, conhecidos como gamba-divisão e outro modelo menor ainda, a gamba-lira. Os baixos alemães eram maiores do que os intrumentos franceses designados a desempenhar o papel de contínuo. Dois instrumentos aparentados de perto com a gamba, são o baritone e a viola d'amore embora esta última seja tocada sob o queixo.

[editar]Afinação

A afinação padrão da viola da gamba é em quarta justa com uma terça maior no meio, como a afinação padrão do alaúde na Renascença. No caso das violas baixo, as notas são (iniciando com a mais grave) ré-sol-dó-mi-lá-ré, com um lá grave adicional para os instrumentos baixo, com sete cordas. A viola tenor é afinada em sol-dó-fá-lá-ré'-sol'. A viola soprano é afinada uma oitava acima da viola baixo.
Afinações alternativas, também chamadas scordatura, foram bastante empregadas, principalmente no estilo solo de tocar viola da gamba lira, que também fazia uso de muitas outras técnicas como, por exemplo, acordes e o pizzicato, que normalmente não são utilizados nas apresentações de conjunto (de música antiga). Um estilo pouco usual de pizzicato era conhecido como batida. A música para a viola da gamba lira foi escrita em tablatura. Há um vasto repertório para este instrumento, algumas obras de compositores bem conhecidos e muitas de compositores anônimos.
Muitas músicas para viola da gamba antecedem a adoção da afinação temperada pelos músicos. A natureza móvel dos trastes, possibilita que o instrumentista faça ajustes de temperamento do instrumento e alguns intérpretes e participantes de conjuntos de música adotam o temperamento mesotônico que, segundo a tradição, é o mais apropriado para a música da Renascença. Há vários esquemas de posicionamento em que os trastes são desigualmente espaçados para se obter acordes de "melhor sonoridade" num número limitado de tonalidades. Em alguns desses esquemas, as duas cordas na região do traste são separadas de tal maneira que o intérprete pode dedilhá-las de modo a fazê-las soar mais agudas ou mais planas, conforme o exigirem as circunstâncias.

[editar]Tratados


Ilustração do tratado Musica Getutsch de Sebastian Virdung's (German) 1511 ilustrando a família do alaúde — pinçado e a arco. Esta é a primeira ilustração impressa de uma viola da gamba que se tem conhecimento.
Descrições e ilustrações de violas da gamba podem ser encontradas em inúmeros tratados musicais do início do século XVI, incluindo os seguintes:
  • Sebastian Virdung: Musica getutsch, 1511
  • Hans Judenkunig: Ain schone kunstliche Vunderwaisung, 1523
  • Martin Agricola: Musica instrumentalis deutsch, 1528
  • Hans Gerle: Musica Teusch (ou Teutsch), 1532
Foram publicadas várias edições dos trabalhos de Agricola e de Gerle.
Havia na época, vários tratados importantes sobre a viola a gamba. O primeiro a surgir foi de Silvestro Ganassi: Regola Rubertina & Lettione Seconda (1542/3).Diego Ortiz publicado como Trattado de Glosas (Rome 1553), um livro importante sobre música para viola da gamba com exemplos de ornamentações e de obras chamadas de Recercadas.
Na Inglaterra, Christopher Simpson publicou o tratado mais importante sobre o assunto, cuja segunda edição, bilingüe (inglês e latim), foi publicada em 1667. Possuía no final divisões (variações) que constituem excelentes peças de repertório. Um pouco mais tarde, na Inglaterra, Thomas Mace escreveu Musick's Monument que se refere mais ao alaúde, mas que também possui uma seção importante sobre a viola da gamba.
Depois disso, os tratados franceses de Rousseau (1687), Danoville (1687) e Loulie (1700) apresentam desenvolivmentos posteriores da técnica de execução.

[editar]Popularidade


Pintura de Abraham Bosse,Sociedade Musical, França, c.1635. O tema dol quadro representa músicos amadores tocando numa reunião social. Aparecem: alaúde, viola da gamba baixo, cantores e páginas de livros espalhadas sobre a mesa. O quadro também representa um tipo de conjunto dividido ainda que com uma instrumentação mínima.
Em termos de popularidade, a viola da gamba só perde para o alaúde, embora alguns possam questionar esta classificação, e, como o alaúde, era tocada por pessoas comuns, que atuavam como músicos amadores.
Casas de pessoas importantes costumavam ter o que era chamado de cesto de violas da gamba, que podia conter um ou mais instrumentos de cada tamanho. Os conjuntos de viola da gamba, chamados consorts eram comuns nos séculos XVI e XVII, quando eram interpretadas canções em grupo ou verse anthem, um tipo de canção coral diferente dos motetos (chamados também de full anthen), e obras instrumentais. Apenas as gamba soprano, tenor e baixo eram integrantes regulares do conjunto (consort) de violas da gamba que, por sua vez, podia se compor de três a seis instrumentos. Esses conjuntos e a música composta para eles eram muito populares na Inglaterra, no período elizabetano, com compositores como William Byrd, John Dowland e durante o reinado do Rei Charles I, por compositores como John Jenkins e William Lawes. As últimas músicas compostas para conjuntos de violas da gamba foram provavelmente as escritas no início dos anos 1680 porHenry Purcell.

Antiga viola da gamba tenor, detalhe da pintura St. Cecilia, de Rafael Sanzio, c.1510.
Talvez ainda mais comuns do que os conjuntos compostos apenas por violas da gamba tenham sido os conjuntos divididos (broken consort). Os conjuntos divididos combinavam diferentes instrumentos, essencialmente eram uma pequena banda, usualmente composta por amadores eu tocavam em reuniões sociais e incluíam instrumentos como: uma gamba baixo, um alaúde ou orpharion (ver ilustração em en:orpharion), uma cítara, uma gamba soprano (ou violino, à medida que o tempo foi passando), algumas vezes um instrumento de tecla (virginal.espineta ou cravo) e quaisquer outros instrumentos disponíveis no momento. O par mais simples e onipresente, qualquer fosse a formação do conjunto era sempre o alaúde e a gamba baixo. Por séculos foram o par inseparável.

Retrato pintado por Andre Bouys, do compositor francês Marin Marais, mestre da viola da gamba, 1704.

Retrato de Karl Friedrich Abel, posando com sua viola da gamba, compositor e mestre da viola da gamba, de origem alemã, mas que residiu na Inglaterra a maior parte de sua vida, pintado por Thomas Gainsborough, c. 1765.
A viola da gamba baixo continuou a ser usada no século XVIII como um instrumento solista e para complementar o cravo nobaixo contínuo. Foi o instrumento favorito de Luís XIV e ficou associado à corte e à França (como o violino à Itália). Compositores como Marin Marais, Johann Sebastian Bach, Antoine Forqueray, e Karl Friedrich Abel escreveram músicas complexas para virtuoses do instrumento. Entretanto, as violas da gamba foram caindo no desuso à medida que as salas de concerto ficaram maiores e a tonalidade mais alta e mais penetrante dos instrumentos da família do violino se tornou mais popular. Nos últimos cem anos, mais ou menos, a viola da gamba e seu repertório foram revividos pelos entusiastas de música barroca e de música renascentista, um de seus primeiros entusiastas tendo sido Arnold Dolmetsch.

[editar]A viola da gamba hoje

Hoje, a viola da gamba atrai cada vez mais o interesse do público, especialmente dos músicos amadores. Isso talvez aconteça devido ao aumento da disponibilidade de instrumentos a preços razoáveis construídos por fabricantes que utilizam técnicas mais automatizadas de produção, bem como devido à maior facilidadede acesso a partituras com músicas para o instrumento. Além disso, a viola da gamba é tida como o instrumento ideal para alunos adultos; Percy Scholes escreveu que o repertório da viola da gamba "pertence a uma era em que a musicalidade era mais importante do que o virtuosismo".
Existem, atualmente, muitas associações para pessoas com interesse na viola da gamba. A primeira (na Europa) foi a The Viola da Gamba Society, criada no Reino Unido em 1948 mas com sócios de todo o mundo. Desde então sociedades semelhantes foram criadas em vários outros países.
Um museu de instrumentos musicais históricos, foi criado pelo prof. José Vázquez da Universidade de Viena, com o objetivo de ser um centro de reavivamento desses instrumentos. Mais de 100 instrumentos, incluindo 50 violas da gamba em perfeitas condições, são de propriedade deste novo conceito de museu: en:Orpheon - Museum of Historical Instruments. Todos os instrumentos deste museu podem ser vistos em exposições temporárias [2] e são tocados pelos membros da Orquestra Barroca Orpheon, do Orpheon consort ou por por músicos que os recebem como empréstimo permanente. São copiados por fabricantes de violino, contribuindo para a difusão do conhecimento geral da viola da gamba que se possui hoje, suas formas e as diferentes técnicas utilizadas na sua fabricação.
O filme de 1991 Tous les matins du monde de Alain Corneau, baseado na vida de Monsieur de Sainte-Colombe e Marin Marais, revelou para novas audiências a música desses compositores para viola da gamba. A trilha sonora do filme inclui interpretações de Jordi Savall, talvez o gambista atual mais conhecido.

[editar]Novas composições para viola da gamba

Vários compositores contemporâneos têm escrito para viola da gamba e vários conjuntos e solistas têm comissionado novas músicas para viola da gamba. O grupo Fretwork tem sido um dos grupos mais ativos neste respeito comissionando George Benjamin, Michael Nyman,Elvis Costello, Sir John Tavener, Orlando Gough, John Woolrich, Tan Dun, Alexander Goehr, Fabrice Fitch, Andrew Keeling, Thea Musgrave,Sally Beamish, Peter Sculthorpe, Gavin Bryars, Barrington Pheloung, Simon Bainbridge, Duncan Druce, Poul Ruders, Ivan Moody, e Barry Guy; muitas das obras desses compositores podem ser escutadas no CD gravado pelo Fretwork em 1997, Sit Fast.
O Yukimi Kambe Viol Consort comissionou e gravou muitas obras de David Loeb, e o New York Consort of Viols comissionou Bülent Arel, David Loeb, Daniel Pinkham, Tison Street, Frank Russo, Seymour Barab, William Presser e Will Ayton, muitas das obras desses compositores aparecendo no CD de 1993 Illicita Cosa, gravado pelo grupo.
Outros compositores modernos para viola da gamba incluem Moondog, Kevin Volans, Roy Whelden, Toyohiko Satoh, Mark Moya, Giorgio Pacchioni e Michael Starke.

[editar]Violas da gamba elétricas

No início deste século XXI, a Ruby Gamba, uma viola da gamba elétrica de sete cordas foi desenvolvida pela Ruby Instruments de Arnhem,Holanda.
Outra versão moderna da viola da gamba é a Viola da gamba-guitarra TogaMan que é, essencialmente uma viola da gamba tenor. Sua afinação é a mesma do violão enquanto que a da Ruby Gamba é de orienteação mais tradicionalista.

[editar]Nomes semelhantes

Eventualmente a viola da gamba é confundida com a viola, o contralto da moderna família do violino e um componente padrão da orquestra sinfônica e do quarteto de cordas. O instrumento atual surgiu e foi nomeado muito depois das violas italianas do século XV. A antiga família italiana da viola incluía a viola da mano e a viola da gamba — ambas sendo as guitarras pinçada e de arco, respectivamente. Os nomes viola(Itália) e vihuela (Espanha) eram sinônimos e usados de maneira intercambiável. Desse modo, vihuela e viola identificam o instrumento pinçado, semelhante a um violão, atualmente chamado simplesmente de vihuela. Viola da gamba, viola cum arculo e vihuela de arco são alguns dos nomes alternativos das violas da gamba. Ambos os nomes, vihu
ela e viola da gamba eram originalmente utilizados de maneira genérica, incluindo-se sob este título, também, os antigos violinos (viola da braccio).
É bastante comum e justificável, que os modernos intérpretes de viola da gamba chamem os seus instrumentos de violas e, semelhantemente, chamem a si mesmos de violistas (embora parece ter-se padronizado no Brasil o nome gambista, para o intérprete da viola da gamba).
Foi uma decisão infeliz, a de se apropriar do nome viola para apicá-lo ao violino contralto, o que é mais uma razão para a confusão que existe hoje. Outros nomes para as violas da gamba são: viole ou violle (francês). Em inglês do período Elizabetano, a palavra gambo, para gamba, aparece de muitas maneiras, por exemplo: viola de gambo, gambo violi, viol de gambo ou viole de gambo, empregado por notáveis como Tobias Hume, John Dowland, e William Shakespeare em Noite de Reis.

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